A ludopatia, popularmente conhecida como vício em jogos, é um transtorno comportamental que vem ganhando atenção com o crescimento das apostas esportivas e jogos online no Brasil. Para entender melhor o tema, o Clube da Aposta conversou com o psicólogo Rafael Ávila, especialista em jogo responsável e dependência em apostas, que explicou de forma clara o que é a ludopatia, quais são os sintomas e quando buscar ajuda.
Ludopatia o que é
De forma técnica, a ludopatia é um transtorno de controle do impulso, no qual o indivíduo perde a capacidade de controlar o ato de jogar, mesmo ciente dos prejuízos que essa prática pode causar.
Segundo Rafael Ávila, o erro mais comum é associar a ludopatia apenas a casos extremos de endividamento:
“A gente relaciona muito a questão da ludopatia com perdas vultuosas de dinheiro, mas geralmente, quando a pessoa chega a esse ponto, já existiam vários sinais anteriores que foram ignorados.”
O superendividamento costuma ser o último estágio do problema. Antes disso, há uma série de comportamentos de risco que já indicam uma relação desequilibrada com o jogo.
Ludopatia sintomas: como identificar os primeiros sinais
Muitos apostadores acreditam que o vício só se caracteriza quando alguém vende o carro ou perde grandes valores, mas pequenos sinais já podem indicar a presença da ludopatia.
Entre os principais sintomas, Rafael Ávila destaca:
- Ansiedade ao não jogar — a pessoa acorda já pensando nas apostas do dia, abrindo o site ainda na cama.
- Irritabilidade e agressividade quando não pode jogar ou após perder.
- Mentiras sobre o hábito de apostar, como dizer que joga “de vez em quando” quando, na verdade, aposta diariamente.
- Tentativas de recuperar perdas — comportamento conhecido como chasing losses, típico de quem não aceita o prejuízo e busca “virar o jogo”.
- Insônia ou alteração da rotina para jogar de madrugada.
- Desrespeito aos próprios limites, seja de tempo ou de dinheiro.
“Uma forma de entender a tua relação com o jogo é observar o quanto você consegue respeitar os limites que você mesmo impõe”, explica Rafael. “Quando você começa a flexibilizar esses limites — apostar mais do que o combinado ou jogar quando prometeu não jogar — é um sinal de alerta.”
O risco de tentar recuperar o dinheiro perdido
Um dos comportamentos mais perigosos entre jogadores compulsivos é o impulso de recuperar o dinheiro perdido. Esse padrão, segundo o psicólogo, é extremamente comum e um dos gatilhos que mantém o ciclo da dependência.
“A pessoa pensa: ‘vou pegar esse empréstimo, faço R$ 15 mil e pago os 10’. Só que ela não avalia o risco de perder tudo. Isso mostra que o jogo se tornou prioridade sobre o próprio bem-estar financeiro.”
A ausência de controle sobre o impulso e a incapacidade de avaliar riscos são dois dos critérios usados para o diagnóstico clínico da ludopatia, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
Quando buscar ajuda
Rafael reforça que, assim como qualquer outro vício, reconhecer o problema é o primeiro passo para tratar a ludopatia.
O acompanhamento psicológico é fundamental para compreender os gatilhos, restabelecer o controle emocional e reconstruir hábitos saudáveis.
“A ludopatia não é falta de força de vontade. É uma condição psicológica séria, mas com tratamento eficaz. O importante é procurar ajuda antes que o problema se agrave.”
Conclusão
A ludopatia é um transtorno silencioso que pode se desenvolver de forma gradual. Observar os sintomas iniciais e buscar apoio profissional são passos essenciais para manter uma relação saudável com o jogo.
No Clube da Aposta, acreditamos que apostar deve ser uma atividade de entretenimento e responsabilidade — nunca uma fuga emocional ou financeira.
👉 Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades para controlar as apostas, procure um psicólogo especializado em jogo responsável, como o Rafael Ávila, e dê o primeiro passo em direção ao equilíbrio.
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🔞 Jogue com responsabilidade
Perguntas frequentes sobre ludopatia e vício em apostas
A ludopatia tem cura ou apenas controle?
A ludopatia é considerada um transtorno comportamental que pode ser controlado com tratamento adequado. O foco não é “curar”, e sim ajudar a pessoa a recuperar o equilíbrio emocional e financeiro, desenvolvendo hábitos saudáveis e evitando recaídas.
Ludopatia só acontece com quem aposta grandes valores?
Não. Pessoas que apostam valores pequenos também podem desenvolver ludopatia. O problema está no comportamento — não no tamanho das apostas. Frequência, impulsividade e perda de controle são fatores muito mais relevantes.
Quanto tempo leva para uma pessoa perceber que está dependente de apostas?
Varia muito. Algumas pessoas percebem após semanas, outras após anos. O ideal é que, caso perceba algum sintoma de vício, buscar ajuda com um psicólogo como o Rafael Ávila e familiares.
Um apostador pode evitar a ludopatia seguindo limites e regras próprias?
Sim, estabelecer limites é uma das principais formas de prevenção. No entanto, se a pessoa não consegue respeitar os limites que ela mesma definiu, isso já é um sinal importante de alerta para buscar ajuda profissional.